segunda-feira, 30 de maio de 2011

Poema frio de Maio

Maio já vai indo,
o frio chegou.

A poesia veio como é de costume
numa dessas noites bem frias
de insônia e solidão.

Sempre que ela vem eu ouço
o sibilar das palavras
em cada uma das mil paredes
do meu coração.

Noite fria.
No caderno de inverno eu deixo
cada eco artístico
que passou pela razão.

No meio do poema pensei:
será que algum dia
a poesia virá em um dia de verão?
(Oh! que curiosidade no meio da inspiração!)
Como será que é reproduzir
o tilintar das palavras da alma
quando se está derretido no chão?

A manhã raiou
e a primavera nasceu aqui
nessa carcaça fria cheia de arte, confusão e emoções.
O que me aqueceu foi aquele refrão antigo:
“Nele existe salvação.”

Murilo Ternes

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