terça-feira, 11 de maio de 2010

Dia das Mães

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A manhã irradiou, seus olhos se abriram.
Ele sabia que o dia podia ser diferente.
Encontrou-a na sala, apressada pra sair.
Deu-lhe um tímido abraço.
O primeiro abraço.
Ele quis, mas não disse que a amava.
Ela saiu, ele ficou.

A noite caiu, em suas mãos uma rosa se abria.
Nessa noite tudo podia mudar, ele sabia.
Abriu a porta, ela já dormia.
Ao seu lado deixou a flor,
seu primeiro presente.
Ele não precisou dizer que a amava.
Ela dormia, ele orou.

Murilo Ternes

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Palavras de amor

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O meu Deus é um fogo consumidor.
O amor é um fogo consumidor.
Deus é Amor.

A paixão é um fogo
que consome e mata.
Paixão não é amor.

A dor irrompe a minha oração.
Lembro-me do que perdi pra aprender
essa sutil e grande diferença
que o meu coração não quis entender.

A conversa é quebrada
as palavras se perdem no silêncio.
A dor me sufoca.

Minhas frases se rasgam na garganta.
Os verbos se perdem na confusão.
Silenciam-se as palavras.

Uma parte minha está no chão.
Eu que antes pisava em nuvens de ilusão.
Agora piso nos cacos de vidro
do meu frágil coração.

É preciso aprender sobre o amor.
É preciso aprender mais com a dor.
Preciso conhecer mais a Palavra do Amor
e ignorar a voz enganosa do coração.

O meu Deus é um fogo consumidor.
Ele arrancou o que havia de errado em mim.
A dor me levou aos Seus braços de amor.

Paixão, gostar, admirar.
Este amar não é amor.
O Amor é um fogo consumidor.

Murilo Ternes